Bertoleza, a Mulher Escrava Máquina
DOI:
https://doi.org/10.57077/monumenta.v11i11.280Palavras-chave:
Bertoleza, O Cortiço, EscravidãoResumo
O presente artigo tem como objeto de análise a personagem Bertoleza, da obra O Corti-ço, um cânone da literatura brasileira. Desde sua publicação, este clássico vem sendo foco de inúmeros estudos e recebendo variadas possibilidades de interpretação. Propusemos refletir sobre o papel desta personagem como mulher, negra, escrava, seu contexto histórico e sua relação com João Romão, seu novo dono. Isso nos permitiu discutir a escravidão, a ganância, a exploração do outro, a desigualdade social, a injustiça, o acúmulo de bens e o suicídio. Apresentamos de forma lacônica a predisposição intelectual de Aluísio de Azevedo sobre o Naturalismo, bem como seu campo de estudos. Utilizou-se a metodologia da revisão bibliográfica que objetiva o levantamento de materiais relacionados ao campo de estudo para compreendermos a representação da mulher negra na literatura brasileira. Por fim, é possível afirmar que Bertoleza, nunca experi-mentou de fato a liberdade, pois de escrava consciente começou a viver como escrava de um homem branco, imigrante de Portugal, raça que considerava superior à sua.